Sim, estou decidida. Vou mudar minha vida, Cansei de remédios, dietas, emagrece-engorda, academia até quarta. Cansei. Não foi uma decisão tomada do dia para a noite. Tive milhares de dúvidas. Pensei centenas de vezes. Pesquisei. Mudei de médicos. Pedi orientações a profissionais, amigos, médicos pessoais. Medo? Claro... faz parte!!! Mas estou decidida. Criei este blog à 29 dias da cirurgia, 14 de agosto de 2013, para tentar ajudar as pessoas que cogitam em fazer a cirurgia bariátrica.
Saiba como tudo começou clicando aqui...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Me apresentando...

Oi gente,
A ideia do blog veio há muito tempo, aliás, desde que resolvi fazer a "temível" cirurgia bariátrica, mas confesso que estou preguiçosinha, para não dizer sem energias... É a tal da deprê!
Não sei se a "deprê" veio da obesidade, ou a obesidade veio da depressão... Na verdade, veio tudo junto e misturado. Vou falar um pouquinho de mim.
Tenho 36 anos (com cabeça de 20), dois filhos que são minha vida. Sou paraense e moro em São Paulo há 10 anos. Casada. Atuo na área de comunicação, mas não estou trabalhando. Faço faculdade de turismo.
Larguei família, amigos, emprego... Tudo, tudo em Belém, por amor.
Mas minha vida nesses últimos 10 anos não é um mar de rosas. Apesar da minha família e amigos estarem sempre muito presentes (bendita internet), sempre me senti muito só. Amo meu marido, mas nosso casamento é a maior causa das minhas instabilidades emocionais e hormonais (digamos assim!).
Tenho filhos lindos. Meu mais velho é meu amigão, minha pequena é geniosa, mas muito meiga. Tenho uma pessoa que é meu braço esquerdo, direito, pernas, coração e pulmão, que é a Josi, cuida dos meus filhos, da casa, de tudo... Pois meio que "abandonei" por um tempo essa vontade! Meus três cachorrinhos fofos. Meu sogro que é um amor, mas também fonte de preocupação com sua saúde... É, tenho mais que agradecer que reclamar... O problema é que me preocupo muito com o futuro e esqueço de curtir os prazeres do presente... A tal da ansiedade!
Mas, vamos lá. Só fui magra quando criança. Minha mãe me chamada de "Olívia Palito" (olhem que menininha linda!!!), e me entupia de remédios para abrir o apetite. Na adolescência comecei a engordar, mas nunca fui obesa. Sempre fiz dietinhas.
Fui engordar realmente de uns 7 anos pra cá, gradativamente. O sentimento de "solidão", as insatisfações pessoais e profissionais, perdi minha avó de uma maneira muito trágica. Em 2008 tive o maior sofrimento da minha vida: meu pai faleceu em outubro. Ele era meu melhor amigo, minha fortaleza, meu herói... O melhor pai do mundo! Eu estava aqui em São Paulo e ele em Belém. Até hoje me culpo por todos os momentos que não estive com ele... Pronto. Daí a balança disparou. Larguei um emprego ótimo. Não tinha vontade de levantar da cama... E tudo isso tinha que disfarçar para não passar para os meus filhos.
Todos os problemas de saúde apareceram nesta época. Meus triglicerídeos chegaram a 1.123. Antes do meu pai falecer, eu tinha cerca de uns 70 quilos (tenho 1,63 de altura). Frequentei nutricionista, endocrinologista, fiz dietas mirabolantes, tomei todos os remédios para emagrecer da moda. Passei muito mal com remédios. No fundo eu sabia que só o que faria eu emagrecer era eu querer realmente. Mas eu não queria, meu prazer era comer. Minhas frustrações eu descontava tudo nos doces, nos sanduíches, refrigerantes.
Toda segunda-feira eu começava uma dieta nova. O meu problema é que não tinha força de vontade, porque eu estava sem amor próprio. Também teve um fator fundamental nisso tudo (que descobri através da terapia)... Eu queria que meu marido passasse a suprir toda a ausência do meu pai, mas ao contrário disso, eu me sentia meio "abandonada" por ele, e de alguma forma eu tinha que castigá-lo. A forma que encontrei foi me abandonar também... Parar de sonhar, de planejar... Deixar a vida me levar!
E assim, perdi o controle de tudo, principalmente da minha vida. Mesmo que todo mundo tenha culpa dos meus problemas, a maior culpada sempre será eu (obrigada terapia!)...
Aos 105 quilos, hoje, cansada de "você é linda de rosto" e depois de um baita baque de quando meu filho me contou que odiava um colega porque quando eles brigaram no futebol o garoto me xingou de "baleia"... Eu decidi voltar a tomar as rédeas da minha vida.
Nada mudou quanto as insatisfações pessoais, profissionais, deprês, preocupações, ansiedades e blá, blá, blá. Mas hoje eu sei que a mudança tem que vir de dentro.
Não é um corpo magro e bonito. É me amar. É tomar decisões. É não depender de ninguém, que não seja eu mesma, para ser feliz mais ainda.
Aos poucos vou contando o processo, as motivações, os medos, e todo os resto.
Obrigada por lerem! :-)
Bjs.

Um comentário:

  1. Que bom encontrar esse blog. Eu desisti de mim e hoje vejo que a única solução é a bariátrica, mas acho pouco provável o plano de saúde cobrir, pois estou com IMC 36. Parabéns pela conquista e obrigada por dividir sua historia.

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